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Dramaturgia brasileira em crise: Êta Mundo Bom 2 é uma boa ideia?

Imagem: reprodução internet


SEQUÊNCIAS E AUTORES:


Está quase confirmada a sequência do fenômeno de Walcyr Carrasco, a novela "Êta Mundo Bom!" de 2016. Já tivemos, recentemente, a estreia de "No Rancho Fundo", novela das 18h de Mário Teixeira, que se passa no mesmo universo da sua novela antecessora, "Mar do Sertão". "No Rancho Fundo" contou com o retorno de vários personagens da novela anterior; muitos chegam a apontar como "Mar do Sertão 2". Além das continuações de novelas ou um multiverso com o aproveitamento de personagens antigos em novas produções, também estamos vivendo a era dos remakes. "Pantanal" (2022) foi um remake muito bem-vindo e de uma qualidade impecável. "Elas Por Elas" (2023) teve um início promissor; porém, não agradou o grande público, engrenando somente na sua reta final. Atualmente no ar, o remake "Renascer" parece não querer acordar o público, depois de uma primeira fase arrebatadora. Em 2025, teremos mais um remake, para muitos a melhor novela da história: "Vale Tudo". A pergunta que fica é: realmente precisava? Cedo demais ou na hora certa?


Certo é que a Globo dispensou ideias e autores que, de certa forma, saíam da caixinha, além de uma péssima administração. Mas os atuais autores que na casa estão parecem um pouco perdidos, e as novelas não têm a mesma emoção de décadas atrás, tipo, 6 anos? Na Record, a produção de uma novela já não se sabe se vai acontecer tão cedo. Lá, a filha do bispo é quem comanda o departamento de dramaturgia. Sobrevivendo somente de séries e reprises intermináveis da novela "Jesus", lá parece que a situação é a pior entre Globo e SBT. "Reis", atual principal produção do horário nobre da emissora, está prevista para ter 12 temporadas, e nada de notícias sobre seu término.


REINVENÇÃO:


No SBT, as coisas desandaram quando confirmaram a continuação de "As Aventuras de Poliana" (564 capítulos). "Poliana Moça" parecia ser a salvação da emissora para o momento; porém, foi a primeira decepção do canal em relação às infantis inéditas. No início, uma parceria com a Amazon que parecia ser uma ótima ideia se transformou em uma incógnita. Os capítulos de "A Infância de Romeu e Julieta" iam para o ar no SBT, mas já estavam postados na plataforma Amazon Prime há dias, querendo ou não, prejudica o canal, já que quem tinha acesso à plataforma poderia assistir a hora que quisesse e quando quisesse. Sua nova produção, "A Caverna Encantada", chega sem muito hype, aparentemente. O elenco da trama é o que menos contém atores mais conhecidos do grande público das últimas produções recentes do canal. Porém, é inegável que a emissora parece querer fazer algo diferente, mesmo sendo uma mistura de novelas anteriores da casa.


CRIATIVIDADE:


A Globo, uma das maiores emissoras do mundo, tem que estar aberta à criatividade que tantas vezes já teve. Izabel de Oliveira parece estar voltando para a casa. Lícia Manzo, que tinha uma novela até pouco tempo atrás confirmada, foi completamente jogada de escanteio, tendo sua trama cancelada. Aguinaldo Silva, mesmo com o fracasso incontestável de "O Sétimo Guardião", deveria ter escrito pelo menos uma última novela na emissora, para um fechamento de ciclo menos conturbado do que foi. Recentemente, houve boatos de que ele estaria fechando com uma emissora de TV para escrever uma nova novela; porém, foi desmentido. As tramas espíritas chegaram a ser barradas pela emissora; porém, bastou a reprise de "Alma Gêmea" se consolidar, que parecem voltar atrás. De tantos sucessos, como um deles, "Além do Tempo" de Elizabeth Jhin, é algo que deveria ser mais explorado ainda na emissora; tem muito potencial.


OPORTUNIDADES:


Autores da Record que estão dispersos no mercado não parecem ter encantado muito a Globo. Vivian de Oliveira, autora do fenômeno "Os Dez Mandamentos", e Cristianne Fridman, autora de "Vidas em Jogo", "Amor Sem Igual", "Chamas da Vida" e "Topíssima", chegaram a bater na porta da emissora, que parece ter fechado e trancado ela. Talentos que poderiam agregar não só na Globo, mas também poderiam no SBT, por exemplo. Se numa possível remontada na dramaturgia, voltando a produzir novelas adultas, poderiam sair coisas muito boas para o público. Vários atores globais, nos últimos tempos, têm preferido o modelo de contrato por obra. Bons nomes de sucesso poderiam ser contratados. Em uma era de streamings, a MAX parece ter aproveitado melhor e contratou vários ex-globais para: "Dona Beja" e "Beleza Fatal".

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